domingo, 9 de outubro de 2011

Sem obra até 2014, Pompeia ganha praça antienchente

Para associação de bairro, área verde vai 'segurar um pouco' as águas das chuvas, até que galerias antigas sejam trocadas
Diego Zanchetta e Rodrigo Burgarelli - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Enquanto não recebe um pacote de obras contra alagamentos - que será concluído só em 2014 -, o bairro da Pompeia, na zona oeste de São Paulo, vai ganhar uma praça antienchente. A área verde de 14 mil metros quadrados será construída entre os shoppings Bourbon e West Plaza, do lado da Rua Turiaçu, em um ponto da região que sempre enche de água durante os temporais.
Dez sobradinhos, um prédio de três andares e um posto de gasolina serão desapropriados - Filipe Araujo/AE
Filipe Araujo/AE
Dez sobradinhos, um prédio de três andares e um posto de gasolina serão desapropriados
Dez sobradinhos, um prédio de três andares e um posto de gasolina da Avenida Francisco Matarazzo foram desapropriados pela Prefeitura. As obras de demolição começaram na quinta-feira, e a praça deve ficar pronta no início de 2012. "Esse é o ponto do bairro que mais alaga. A área verde vai ajudar a reter a água", afirma o subprefeito da Lapa, Carlos Fernandes.
Um pouco menor do que a Praça Buenos Aires, de Higienópolis (23 mil m²), a praça será um respiro no meio do concreto de dois shoppings e da futura arena do Palmeiras, que terá capacidade para 46 mil pessoas. Até o fim de 2008, a previsão era de que nesse mesmo espaço desapropriado fosse construído um piscinão. Mas a Prefeitura e os moradores avaliaram que a obra teria impacto negativo para o bairro e não resolveria o problema das enchentes a longo prazo.
"Até ser construída toda obra de drenagem, essa praça vai ser bem útil para ‘segurar’ um pouco a água das chuvas. Queremos em breve fazer um Memorial da Pompeia nessa praça", disse Maria Antonieta Lima e Silva, presidente da Associação de Moradores da Vila Pompeia.
Solução. A licitação para a troca das galerias antigas dos Córregos Água Preta e Sumaré, orçada em R$ 90 milhões, deve ficar pronta no próximo ano, mas as obras serão concluídas só no fim de 2014. A intervenção foi apontada como a solução definitiva para os alagamentos.
Um estudo que custou R$ 4,7 milhões à Prefeitura apontou que uma nova galeria subterrânea poderá reduzir a força das águas do Água Preta, córrego que nasce em uma altitude de 75 metros em comparação à Pompeia, na Vila Madalena, perto da Rua Cerro Corá. Seu trajeto descendente pelo meio da Pompeia e de Perdizes, em canos construídos na década de 1960, faz a água adquirir forte pressão até o início de seu trajeto plano, que começa no cruzamento da Rua Turiaçu com a Avenida Antártica, na Praça Marrey Júnior. As tubulações antigas serão reformadas e vão ficar paralelas às novas.
"Toda a drenagem da Pompeia foi elencada como uma das prioridades dentro do orçamento de 2012. As obras já devem começar no ano que vem", afirma o secretário municipal de Planejamento, Rubens Chammas.
Demolição. A maioria das casas desapropriadas está vazia e lacrada com barreiras. Três estão ocupadas. Uma delas é a oficina e a casa do mecânico conhecido como seu Jarbas. Ele não quis dar entrevista - falou só que está sendo expulso contra sua vontade.
Ao lado da oficina há uma casa dividida em dois apartamentos, ainda com inquilinos. Mais adiante, um galpão cheio de móveis antigos está sendo esvaziado pela responsável, que não quis se identificar. "Vamos retirar tudo e levá-los para centros de doação ou para novos compradores." A imissão de posse da Prefeitura dos três imóveis deve acontecer na segunda-feira. 

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