quarta-feira, 4 de julho de 2012

Após escândalo, 42 dos 55 vereadores se dizem a favor de presença só com digital

Maioria também afirmou que concorda com a retirada de painel eletrônico ao lado de elevador e com fim de marcação depois da sessão


Artur Rodrigues e Nataly Costa - O Estado de S.Paulo

Após denúncia do 'Estado' mostrar fraudes no registro de presença na Câmara Municipal, 42 dos 55 vereadores se disseram a favor de que o comparecimento às sessões plenárias seja registrado apenas por impressão digital. Para a mudança no regimento da Casa, é necessário o aval de 28 parlamentares.

Entre segunda e terça-feira, 3, o 'Estado' procurou todos os vereadores. Do total, 43 responderam a três perguntas. Além da questão sobre a impressão digital, eles foram perguntados se são a favor da retirada do terminal de presença ao lado do elevador, fora do plenário, e se votariam pelo fim do prazo de 4h para assinalar o comparecimento, mesmo após as sessões.

As medidas evitariam, por exemplo, que o painel de presença da Câmara ficasse quase completo quando o plenário está praticamente vazio. Hoje, só há quórum para votações quando há pelo menos 28 parlamentares com presença registrada – em alguns casos, são necessários até 37. Isso permite votações nominais (de projetos de lei) e simbólicas (de projetos de decreto parlamentar, como mudanças de nomes de rua, onde o quórum só é verificado no início da sessão).

Dos vereadores, 36 afirmam que votariam pelo fim da máquina que permite marcar presença ao lado do elevador e 38 se disseram favoráveis ao fim do prazo de 4h para marcar presença.

O vereador José Police Neto (PSD), presidente de Casa, disse na segunda-feira, 2, ser favorável às mudanças e prometeu trabalhar "com empenho" por elas. Só o vereador Roberto Tripoli (PV) afirmou ser indiferente ao modo de registro. "Como a Mesa Diretora decidir, eu registro", disse.

Apesar de favoráveis à mudança, o ex-presidente da Câmara Antônio Carlos Rodrigues (PR) e o vereador Chico Macena (PT) afirmam que o sistema de identificação por digitais tem falhas. "Seria preciso liberar alguns casos porque a digital de alguns vereadores simplesmente não entra." O vereador Claudinho (PSDB) é um dos que teriam problemas. "O sistema tem dificuldade de reconhecer minhas digitais, danificadas pela profissão", diz ele, que era eletricista.

O terminal ao lado do elevador também causou polêmica. Foi Rodrigues quem aprovou sua instalação quando era presidente (2007-2010). "Na época foi consenso, mas, se quiserem tirar, tanto faz." Já Toninho Paiva (PR) disse que não há necessidade da retirada caso seja adotada a identificação por digital. / COLABORARAM ADRIANA FERRAZ E DANIEL TRIELLI




LISTA: veja como cada vereador respondeu


Matéria publicada originalmente no ESTADÃO.COM.BR

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