sábado, 16 de março de 2013

Dois servidores de subprefeitura são presos por receber propina

Funcionários receberam R$ 40 mil em dinheiro como um 'sinal' para liberar uma obra em uma empresa

SÃO PAULO - Dois servidores da Subprefeitura de Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, foram presos em flagrante nesta sexta-feira, 15, por recebimento de propina de R$ 40 mil em dinheiro de um empresário, informou a Controladoria Geral do Município.
A partir de uma denúncia feita em 25 de fevereiro, a CGM afirma que iniciou um trabalho de pesquisa e monitoramento, inclusive da evolução patrimonial dos dois agentes públicos supostamente envolvidos no esquema de corrupção que funcionava no setor de fiscalização de obras.
A partir da denúncia e do trabalho de pesquisa, a 1ª Delegacia de Crimes contra a Administração Pública do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania foi acionada para participar da apuração, que culminou na operação realizada na manhã desta sexta.
O empresário que pagou a propina é foi quem fez a denúncia e colaborou com as investigações, segundo a Controladoria. A operação foi acompanhada por agentes do órgão e da Polícia Civil. Durante a operação, a CGM também enviou uma diligência à Subprefeitura de Santo Amaro para a apreensão de equipamentos e documentos.
De acordo com comunicado enviado pela Controladoria, a Prefeitura irá abrir um processo administrativo disciplinar para apurar responsabilidades. Os suspeitos podem responder pelos crimes de concussão ou corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Histórico. Segundo o relato do empresário denunciante, uma obra de ampliação da empresa foi fiscalizada por um agente vistor em 15 de fevereiro. O agente determinou o embargo da obra devido à suposta irregularidade do imóvel porque o habite-se não foi apresentado.
Uma servidora da mesma Subprefeitura acompanhou a vistoria e, ao final, segundo o relato, se colocou à disposição para "resolver o problema". Ainda conforme o empresário, em visita posterior à Subprefeitura de Santo Amaro, a servidora quantificou uma multa no valor de R$ 194 mil pela suposta irregularidade.
Em seguida, teria argumentado que o pagamento do valor de R$ 97 mil regularizaria toda a situação. A multa ficou em suspenso até o posicionamento do empresário. Na operação conjunta da CGM e Polícia, os dois servidores foram identificados como um casal. Ambos são agentes vistores e o homem ocupa cargo de chefia de unidade técnica. Eles compareceram juntos para receber R$ 40 mil em espécie, a título de "sinal" da propina, segundo a Controladoria, e foram presos em flagrante.

Matéria publicada no Estadão.com.br

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