sexta-feira, 1 de abril de 2011

Câmara de SP 'congela' processo contra Netinho por 90 dias

Corregedoria investiga gastos do gabinete do vereador, que nega falhas.
Relator quer tempo até que Ministério Público e polícia concluam trabalhos.


Roney Domingos Do G1 SP
Corregedores da Câmara de Sp decidiram sobrestar processo (Foto: Roney Domingos/ G1)
O relator Rodrigues (à esq)  conversa com o presidente da comissão, Marco Aurélio Cunha (à dir), assistido pelo vereador José Américo (centro) e pelos vereadores Wadih Mutran e Eliseu Gabriel (em pé) 
A corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo decidiu nesta quinta-feira (31) pedir o sobrestamento - que funciona como um congelamento - por 90 dias do andamento do processo disciplinar contra o vereador Netinho de Paula (PCdoB). O pedido partiu do corregedor do caso, o ex-presidente da Câmara Antônio Carlos Rodrigues (PR), que levou à comissão seis volumes de documentos relativos à investigação que o Ministério Público Estadual faz a respeito das notas fiscais apresentadas por Netinho e outros dois vereadores para justificar gastos de gabinete. O corregedor quer dar tempo para que as investigações do MP sejam concluídas antes de retomar os trabalhos.

Ouvido pelo G1, o vereador Netinho negou ter cometido irregularidades e disse que o sobrestamento o prejudica.

"Todas as notas, tudo o que foi solicitado não só pela casa, mas também pelo promotor, tudo foi disponibilizado e tudo está público. Eu tinha toda intenção de que isso fosse logo encerrado, porque nada do que fiz está errado.Congelar o processo significa não dar uma resposta. É uma maneira de deixar esse assunto em evidência, pairando. E para quem tem pretensão política, uma candidatura a prefeito, isso não é uma coisa positiva."

Antônio Carlos Rodrigues decidiu pedir o sobrestamento do processo, segundo sua justificativa, com base no fato de que as "investigações do Ministério Público em inquérito civil, visando a apuração dos atos praticados pelo vereador, se encontram em avançado estado de conclusão" e também porque "igualmente, as investigações conduzida pelo delegado da Delegacia de Crimes Funcionais, estão em avançado estado de instrução."

O vereador anunciou que a cópia integral do inquérito civil foi anexado ao processo que tramita na Câmara Municipal de São Paulo. Ele também disse que requisitou cópias do processo em andamento na delegacia de crimes funcionais.

Rodrigues não quis dar detalhes sobre as supostas irregularidades. "Eu não posso julgar um livro pela capa. Eu não sei. Cada vereador tem um modo de trabalhar. Cada um tem a sua necessidade.  Não dá para falar. O Ministério Público tá fazendo um acompanhamento. Pode ser que tudo isso aí seja legal." Rodrigues disse que vai aguardar o final do trabalho do Ministério Público antes da retomada do processo. "Não quero julgar. Por isso, sobrestei", afirmou.

Do Portal G1

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