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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Ação na Cracolândia tem retirada de barracos e início de frente de trabalho

Remoção de favela acontece nesta terça-feira (14), segundo a Prefeitura. 
Barracos no Centro serão desmontados e moradores, levados para hotéis.

Matéria publicada originalmente pelo Portal G1/SP

Márcio PinhoDo G1 São Paulo
Prefeitura de São Paulo começou a remoção de barracos instalados na Cracolândia, no centro de São Paulo. (Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo)Prefeitura começou a remoção de barracos na Cracolândia (Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo)























A Prefeitura de São Paulo começou nesta terça-feira (14) a Operação Braços Abertos, na região da Cracolândia. A ação é uma nova tentativa de solucionar o problema do uso de drogas na região central da cidade. Cerca de 300 pessoas que moram em barracos nas calçadas nas ruas Helvétia e Dino Bueno se mudarão para cinco hotéis na região e começarão a trabalhar em atividades de zeladoria em praças ainda nesta semana.
O governo municipal pretende, assim, também liberar o uso dessas ruas e calçadas ao público após cerca de três meses de ocupação. Os barracos começam a ser desmontados nesta terça, mas a ação será intensificada nesta quarta-feira (15).
Cada usuário participante do programa vai receber R$ 15 pelo dia de trabalho. Segundo a secretária municipal de Assistência Social, Luciana Temer, a estratégia não busca que os usuários larguem a droga imediatamente, mas, sim, "despertar nessas pessoas o desejo de transformação".
Eles não serão desligados do programa se faltarem no trabalho. O ideal é que isso aconteça, no entanto, quando precisarem se tratar, segundo a estratégia. Equipes vão acompanhar os participantes e eles serão descredenciados apenas quando realmente não mostrarem mais interesse em participar.
Nesta quarta, a Prefeitura levará caminhões até o local para começar a retirada oficial da favela. Os barracos serão desmontados pelos próprios moradores, com apoio e coordenação da ONG União Social Brasil Gigante. Segundo Luciana, a ideia é que o programa não seja algo imposto, para que os moradores não se fechem à iniciativa.
Malas e objetos ficam nas ruas durante ação na Cracolândia (Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo)Malas e objetos ficam nas ruas durante ação na Cracolândia (Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo)
No total, a Prefeitura oferta 400 vagas, mas 300 pessoas já foram cadastradas em um trabalho de aproximação feito pela Prefeitura de São Paulo desde o ano passado. No processo, duas pessoas já declararam que não desejam participar. O custo por pessoa para a Prefeitura será de cerca de R$ 1.215 mensais por participante, incluindo por exemplo os valores que serão pagos com os hotéis. Os participantes terão café, almoço e jantar pelo programa Bom Prato.
Dependentes que têm companheiros ficarão em um quarto. No caso dos solteiros, eles ficarão hospedados em quartos com três ou quatro pessoas, segundo a Prefeitura.
Apesar do foco no trabalho, a ação é voltada e comandada pela área da saúde. O atendimento se dará especialmente no equipamento denominado Braços Abertos, instalado na região. Equipes do programa Consultório de Rua, que são vinculadas à UBS Santa Cecília e fazem abordagem aos usuários, continuarão seu trabalho.

Segundo o secretário José de Filippi Júnior, as ações até 2012 eram voltadas à internação, preferencialmente em locais afastados. Ele afirma que a operação anterior, por ter um foco maior do que atual, segundo ele, em internações e na força policial, acabou afastando os usuários. O secretário disse que a atual gestão começou a estruturar uma Política de Álcool e Droga em janeiro de 2013.
O secretário municipal da Segurança, Roberto Porto, afirma que a PM vai monitorar a ação. Já a Guarda Civil Metropolitana recebeu treinamento para a ação e terá como uma das funções impedir o surgimento de novos barracos. Porto afirmou que, apesar do caráter de saúde de ação, também será coibido o tráfico de drogas.
Trecho da Rua Helvétia desocupada nesta terça-feira (Foto: Tatiana Santiago/G1)Trecho da Rua Helvétia, no Centro, desocupada nesta terça-feira (Foto: Tatiana Santiago/G1)
Histórico de intervenções na Cracolândia
Antes da Operação Braços Abertos, a mais recente tentativa de intervenção na região havia ocorrido em 2012. Batizada de "Ação Integrada Centro Legal", a operação deflagrada em 3 de janeiro de 2012 intensificou ações já realizadas pela Prefeitura de São Paulo, à época sob comando de Gilberto Kassab, e apoiadas pelo governo do estado no local desde 2009.
O governo estadual afirma que as medidas adotadas em 2012 na região tiveram como foco ampliar a oferta de atendimento e de acolhimento social aos dependentes. Entretanto, no período, o uso de forças de segurança (Polícia Militar e Guarda Civil Metropolitana) terminou em protestos de ativistas, Defensoria e representação do Ministério Público.
Após registro de imagens que mostravam ação ostensiva da PM, o governador Geraldo Alckmin decidiu proibir o uso de bombas de efeito moral e balas de borracha em ações na Cracolândia.

À época, a Promotoria de Justiça de Direitos Humanos - Inclusão Social questionou a falta de justificativas para uma ação do tipo, que impedia o livre direito de ir e vir e criava as chamadas "procissões do crack", quando os dependentes eram impedidos de ficar parados e seguiam escoltados pela PM por ruas da região. A Defensoria Pública também questionou o uso da força policial na Ação Integrada.
Um ano depois da operação, o G1 visitou ruas do centro e verificou que os dependentes permaneceram na região e que o número de vias com usuários monitoradas em São Paulo aumentou de 17 para 33. Foi no começo de 2013 que o governo de São Paulo criou medidas para facilitar a internação de dependentes.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Praça da Sé, São Paulo, Brasil


Olhar a Praça da Sé das escadarias da catedral é um estímulo à imaginação. 

Umedecida por lágrimas e frustrações e árida pelo abandono social, a Praça da Sé ainda atrai gente de todas as classes sociais.

                                                      O Brasil e o mundo passa pela Sé.  

Na Praça da Sé real, a cultura popular ferve, as pessoas se encontram, fazem pose e fotografam a igreja e o marco zero. Políticos, nesta época, abrem espaços com sorrisos e abraços, e moradores de rua  junto a seus cães exprimem o lado triste da vida.

          Na Praça da Sé os comerciantes sentiram o impacto da presença dos viciados em crack.

A migração dos viciados e traficantes da Cracolândia provocou queda de cerca de 30%  no comércio alimentício no entorno da praça, conta Antônio Carlos Pereira, dono do bar e lanchonete a Preferida da Sé, bem em frente à estação do Metrô.


Na Praça da Sé a situação não é diferente do resto cidade: lixo no chafariz, buraco, violência e escuridão.


Texto e Foto: Devanir Amâncio, da ONG Educa São Paulo

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Justiça de SP suspende mais uma vez o projeto Nova Luz


A Justiça parou novamente o projeto Nova Luz em São Paulo. Dessa vez, a liminar (decisão provisória) da 6ª Vara da Fazenda Pública obrigada a prefeitura a interromper o edital de privatização para o projeto. A ação foi movida pela Defensoria Pública.

Na decisão do dia 6 de junho, o juiz afirma que os moradores e comerciantes da região não foram consultados para a deliberação tomada pelo conselho gestor das ZEIs (Zonas Especiais de Interesse Social).

O projeto da prefeitura prevê a desapropriação e a transformação, pela iniciativa privada, de 45 quadras na área central de São Paulo, que incluem parte das lojas da Santa Ifigênia. As empresas que investirem nas obras poderão lucrar com a venda posterior dos imóveis.

O Conselho Gestor das Zeis é formado por oito membros da prefeitura e oito membros da sociedade civil (moradores, comerciantes e integrantes de movimentos sociais). Para a prefeitura, esse órgão garante a democracia. Para os comerciantes e moradores, porém, não existe voz real para os membros da sociedade civil.

Procurada pela Folha, a Prefeitura de São Paulo disse que ainda não foi informada oficialmente da decisão da Justiça.

PARADO

No início deste ano, a Justiça deixou o projeto Nova Luz suspenso por cerca de 20 dias. A ação, movida por um morador, alegava que o projeto não teve participação popular.

Em decisão anterior, em abril do ano passado, o TJ acatou o pedido de liminar impetrada pela Associação dos Comerciantes da Santa Ifigênia, que suspendia o projeto. À época a prefeitura recorreu e a liminar foi suspensa.

Em dezembro, o projeto voltou a ser parado, junto com outros que aguardavam licença ambiental. O Órgão Especial do TJ ainda deve julgar outra ação sobre o mesmo projeto.

Fonte: Folha.com

sexta-feira, 4 de maio de 2012

A Cracolândia no círculo eleitoral

Por uma nova agenda de inclusão social  dos moradores de rua


Avenida Duqe de Caxias, região central
É hora de repensar o atendimento à população de rua em São Paulo. Nos cerca de 58 abrigos da Prefeitura existem banho, comida e cama, mas não têm o mais importante: formação humana integrada. Faltam recursos para uma programação socioeducativa nas tendas, albergues e centros de convivência. Teatro, música, dança, leitura, escrita e jogos lúdicos - além de terapia ocupacional  - seriam meios eficazes para tirar da rua o cidadão flagelado.

A falta de assistentes sociais  nesses equipamentos é outro problema preocupante. Pela portaria 46 da SMAD (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social )  uma assistente social  cuidaria de  75 usuários. Só que no Centro de Acolhida Barra Funda II, na zona oeste, existem  três assistentes sociais para 480 pessoas. O ideal seria pelo menos cinco assistentes. Os demais equipamentos enfrentam o mesmo problema [...].

Tendo em vista os eventos planetários que se aproximam - Copa das Confederações, Copa do Mundo, Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 (com impactos diretos no setor de turismo em São Paulo) e Expo São Paulo, os governantes devem estar se perguntando: "O que fazer com os moradores de rua?  Não existe nenhuma solução mágica senão tratá-los como seres humanos, ajudando-os a resgatar a dignidade perdida nas ruas de nossa cidade. Tratá-los como vagabundos, desocupados na base da água fria e spray de pimenta como sempre acontece na região central  de São Paulo não resolverá o problema. Escondê-los e expulsá-los das vias públicas como ocorreu durante a visita do Papa Bento 16, em São Paulo, seria  mais um ato desumano, um atestado de incompetência administrativa.

O centro de São Paulo está coberto de moradores de rua. A tristonha Duque de Caxias é uma avenida de solidão infinita.

Nela como em outras avenidas do centro, vivem dezenas de moradores de rua doentes. A insólita avenida retrata dor, sofrimento físico e moral, e  muita brutalidade social. Sob uma marquise - na altura do número 385 - os sem-teto se protegem do sereno e da chuva, mas não estão livres da força humana. Sempre - quando passa o temido caminhão "cata - mendigo" da Prefeitura, o caveirão da limpeza - alguns sem-teto ficam sem seus pertences e até documentos guardados em sacolinhas. O futuro prefeito de São Paulo vai precisar colocar em prática um plano emergencial de resgate humano e de respeito ao cidadão para tirar das ruas as pessoas empobrecidas pela desilusão, o álcool e a droga . Não é só o crack que  afeta o povo de rua. O consumo  de bebidas alcoólicas assusta e desafia a saúde pública. Depois do cafezinho, o maior faturamento de botecos do centro da cidade é a cachaça, às vezes batizada e vendida em garrafas pet aos andarilhos.

Na Praça da Bandeira um grupo de pedintes jovens mora  na alça da passarela com ampla visão para a Câmara Municipal de São Paulo, onde montou uma cozinha cabocla.

A Prefeitura dispõe de locais para tratamento dos moradores de rua viciados em álcool ? Para onde levar  a população  alcoólatra?  Ah, para o CRATOD, do governo do Estado  - Centro de Referência de Atendimento a Tabaco, Álcool e Outras Drogas, no Bom Retiro. Para atender a demanda um CRATOD  com 10 leitos é pouco, a Capital  precisa urgentemente de 50 CRATODs, em regiões bem localizadas, de forma que abrangesse os 96 distritos da cidade.

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), da Prefeitura, não oferecem leitos.

É um grande equívoco acreditar que o Complexo Prates é a solução para o problema crônico da peste epidêmica do crack e do álcool. Esta obra improvisada - arquitetura moderna de puxadinhos - de R$ 8 milhões,  a mesma quantia  gasta na Virada Cultural 2012 terá que passar por mudanças urgentes se quiser apresentar resultados que justifiquem o seu elevado custo mensal. Do contrário servirá somente para fins de marketing medíocre que beira à eleitorice : "Casa dos craqueiros, antes não tinha, agora tem!"

Os mais de 600  mil reais gastos mensalmente com segurança no Complexo Pratestalvez não quer dizer nada em uma cidade onde o custo de vida é caro, e costumeiramente a coisa pública é  feita às pressas, sem licitação,no famoso contrato "em caráter de emergência ou por notório conhecimento tecnológico e científico".

O futuro prefeito deverá ter como  uma das metas o enxugamento da máquina pública e fechar a torneira   que jorra dinheiro na Cracolândia, dinheiro que movimenta interesses diversos, e até escusos.

Vale lembrar a especulação imobiliária, a revitalização que  atende a interesses  de homens de negócios.

A Cracolândia desperta a cobiça e aflora o 'espírito de caridade' em um número cada vez maior de pessoas. E tem gente de peso que pede mais dinheiro. Reclama que o governo federal, o Ministério da Saúde, ainda não colocou um centavo na Cracolândia. Se por princípio de precaução e logística de planejamento, está certa a presidente Dilma.

Com certeza o padre Jaime Crowe, do Jardim Ângela, na zona sul de São Paulo, e o  frei Hans Stapel, da Fazenda Esperança, em Guaratinguetá, no Vale do Paraíba, salvariam mais vidas a um custo bem menor   do que a gastança  farta no Complexo Prates.

A pedagoga Maria Stela Santos Graciani, da PUC -SP,  autora do livro Pedagogia Social de Rua, acha exagero  a segurança do Prates. "O espaço não é nenhum presídio de segurança máxima, eles têm medo de quê? Não é centro um de convivência de cidadania? A  própria organização social - gestora do equipamento - poderia ser treinada  para a segurança e a limpeza do local, auxiliada pela Guarda Civil Metropolitana. Ajudaria a desenvolver o conceito de cidadania. A GCM deveria estar melhor preparada  para conciliar conflitos, proteger  o patrimônio e cuidar das pessoas." Os educadores que trabalham na abordagem vão na mesma linha. Garantem que os usuários não são tão perigosos assim a ponto de precisar de segurança blindada.

Em busca de uma "nova agenda  de inclusão social de moradores de rua",entre os próximos assuntos que terão as observações necessárias está o Plano Individual de Atendimento(PIA), que  só existe no papel [...]. 

Texto e Foto: Devanir Amâncio, da ONG Educa São Paulo

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Duas lixeiras e um buraco em cena

O Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo, ganhou dezenas de lixeiras plásticas, que vão substituir as lixeiras - poste. Na falta de lixeira a população recorria à abertura de fiação dos postes para jogar o lixo. Os garis lembram que retirar o lixo de dentro dos postes é obrigação da Eletropaulo.
Talvez um dia surja um inventor de lixeiras duráveis, compatíveis com a realidade social e cultural da cidade. A lixeira atual é desperdício de dinheiro, além de  frágil, queima facilmente com bitucas de cigarros. Lixeiras - bituqueiras deveriam  ser instaladas nas vias de grande circulação de pedestres.


Duas lixeiras e um buraco em cena  

Duas lixeiras e um buraco em cena


Duas lixeiras e um buraco em cena
  
A cidadania foi queimada viva dentro de mim

O lado ardente do lixo também está em chamas na Cracolândia. Na Avenida Duque de Caxias com a Barão de Limeira tem uma lixeira que - vista por dentro - é  igual a uma cratera de furacão ou forno de carvão de árvores derrubadas na Amazônia .

Em frente à Estação da Luz  - na rua General Couto de Magalhães  - existe mais uma que transmite algo tipo: A cidadania   foi queimada viva  dentro de mim.


Duas lixeiras e um buraco em cena

Duas lixeiras e um buraco em cena

Texto e Fotos: Devanir Amâncio, da ONG Educa São Paulo

segunda-feira, 26 de março de 2012

A corrida do ouro na Cracolândia

Texto e Fotos: Devanir Amâncio, da ONG Educa São Paulo

A Cracolândia está com ar de Serra Pelada. Na sexta-feira (23), na rua Prates, região  do Bom Retiro, o clima era de temperatura máxima.  Muita correria e gente trabalhando. O prefeito  Gilberto Kassab (PSD) quer  inauguar na terça, 27, o complexo do crack .

O espaço de cidadania da Prefeitura para os doentes da Cracolândia  é bonito. Chama a  atenção o valor  que será gasto com a segurança do local:  mais de meio milhão mensal .

A limpeza quarteirizada do  espaço  custará mais de 300 mil por mês.


A corrida do ouro na Cracolândia

A corrida do ouro na Cracolândia

A corrida do ouro na Cracolândia

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Nova operação da PM é realizada na Cracolândia



O primeiro dia da operação terminou com dois traficantes e um foragido presos. Os usuários não foram encaminhados para tratamento e caminharam para outros pontos. Os moradores e comerciantes estão com medo dos grupos de dependentes.

Leia matéria completa no Portal G1

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Kassab quer que Guarda Civil também recolha usuário de droga da cracolândia

Plano da Prefeitura prevê de envio a clínica de reabilitação a capacitação profissional; para MP, no entanto, programa ainda não existe
Felipe Frazão - O Estado de S.Paulo
O plano da Prefeitura de São Paulo de internar compulsoriamente crianças e adultos usuários de crack inclui atuação da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Composto por três fases - recolhimento, triagem e destinação -, ele prevê que agentes comunitários da saúde e assistentes sociais identifiquem os "noias" que ocupam, principalmente, a cracolândia, na região central, e guardas "ajudem a recolher" esses dependentes.
Todos os retirados das ruas por GCM e assistentes sociais serão encaminhados a centros de triagem, onde serão feitas, entre outros procedimentos, a identificação da pessoa, a avaliação se há sinais de dependência química e capacidade psíquica e a checagem de antecedentes criminais.
A partir daí, os "recolhidos" poderão ser enviados a clínicas de reabilitação ou casas de assistência social. Dependendo do caso, ainda poderão receber capacitação profissional para tentar voltar ao mercado de trabalho.
Quatro secretarias municipais - Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social, Saúde e Segurança Urbana - participam dos estudos sobre a internação forçada. Mas o programa ainda não tem data para começar, porque faltam acertos jurídicos.
Como o Estado revelou na sexta-feira, a Procuradoria-Geral do Município já deu parecer favorável à internação, baseada na incapacidade legal de toxicômanos e menores de idade em fazerem escolhas pessoais.
Mas o assunto é polêmico. Para o promotor de Habitação e Urbanismo Maurício Antonio Ribeiro Lopes, a Prefeitura ainda não tem um programa definido sobre o tema. "Nada está acertado. Sem que exista um programa detalhado é muito complicado. Estão fazendo um balão de ensaio. Eles têm divergências internas entre secretarias. Acho que não há nem sequer um projeto pronto. Não vi uma folha de papel. Entendemos que não há projeto detalhado, com cronograma e definição de responsabilidades pelas ações. Enquanto não for apresentando formalmente ao Ministério Público, não há razão para continuar falando nisso", disse Ribeiro Lopes. "Se não for um projeto abrangente para resolver situação de moradia, autoestima, emprego, renda, educação e saúde, desculpe: isso é perfumaria, não é programa."
Ampliação. Enquanto isso, a Secretaria Municipal da Saúde diz que já fez 111 internações involuntárias (com aval médico) ou compulsórias (com determinação judicial) nos últimos dois anos - 70 de menores de idade dependentes químicos. A maior parte na Ação Integrada Centro Legal, deflagrada em julho de 2009 em bairros do centro, como a Luz e o Bom Retiro. E a Prefeitura reconhece que terá de investir para criar novas vagas na rede municipal de atendimento para dependentes químicos. Hoje são 317 vagas - 80 leitos na rede própria (com capacidade para 500 atendimentos por ano) e outros 237 nas
comunidades privadas conveniadas.

Do: ESTADÃO.COM.BR 

segunda-feira, 23 de maio de 2011

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Deputados vão à Cracolândia, mas não descem do ônibus

Vinte e um deputados federais desembarcaram nesta terça-feira em SP.
Denarc pede criação de lei que permita internação de usuários reincidentes.



Um grupo de deputados federais da Comissão de Combate às Drogas veio nesta quinta-feira (19) a São Paulo para ver de perto a região no Centro que ficou conhecida como Cracolândia.
Há dois meses, eles se reúnem com especialistas em prevenção, repressão e tratamento. Mas para os 21 deputados federais que desembarcaram em São Paulo a viagem à Cracolânida era o ponto alto no roteiro da comissão do combate ao crack e outras drogas. “Essa é a maior Cracolândia do Brasil. Então, emblematiza a visita a todas as cracolândias do Brasil”, diz o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS).
Na primeira parada da comitiva, a ação estava na tela. Policiais do 3º DP, responsáveis pela região de consumo de crack mais famosa do país, mostraram flagrantes de tráfico e responderam perguntas. Depois da visita à delegacia e da conversa com os policiais, os deputados foram conhecer de perto a realidade da Cracolândia, para onde seguiram de ônibus.
O veículo, protegido por policiais do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), passou a um ritmo seguro pelas ruas do Centro. O que era visto pela janela impressionava os deputados.
“O Brasil não pode mais suportar esse inferno que as pessoas estão vivendo e aumentando”, diz a deputada federal Sandra Rosado (PSB-RN).
A realidade no lugar realmente tem pressa e exige medidas urgentes para que um dia se torne apenas lembrança de uma viagem. O Denarc fez uma proposta aos deputados de criar uma lei que permita a internação compulsória de usuários reincidentes de drogas. Atualmente, só pode ser tratado quem quiser.
Do Portal G1/SP

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Justiça determina, mas mais jovem da Cracolândia não voltará aos pais

Pai foi assassinado em janeiro e mãe está presa por tráfico de drogas.
Garoto de 12 anos foi apreendido por vender drogas no Centro de SP.

Do G1 SP


A Justiça determinou que o garoto de 12 anos apontado como o traficante mais jovem da Cracolândia, no Centro de São Paulo, fosse entregue aos seus pais. No entanto, o casal não poderá assumir essa responsabilidade: o pai foi assassinado em janeiro deste ano e a mãe está presa por tráfico de drogas.

Nesta quinta-feira (19), um dia depois de ser apreendido, o garoto já podia ser visto na rua sem nenhum adulto por perto. Além dele, a juíza Vanessa Vaiketunas Zapater decidiu que o seu irmão, também menor de idade, também fosse encaminhado aos pais.

Os dois irmãos acabaram entregues a um tio. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, a juíza ordenou que o garoto de 12 anos fosse liberado porque em Itapevi não havia nenhum registro de que ele havia sido apreendido outras vezes.

Antonio Carlos Malheiros, desembargador da Infância e Juventude, diz que o menino poderia, sim, ser mantido longe das ruas. "Solto desse jeito, o que poderá acontecer com ele agora, hoje à noite, amanhã? A minha preocupação é muito grande em relação ao próprio menino", diz Malheiros.

O garoto de 12 anos já foi apreendido seis vezes vendendo drogas na Cracolândia.

Do Portal G1

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