DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO
Sem estrutura nem verba do Fundo Partidário, o novo PSD (Partido Social Democrático) do prefeito Gilberto Kassab espera manter o caixa com recursos captados pelo vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, e doações de fornecedores da prefeitura.
Como nasce após as eleições de 2010, o PSD não entra na partilha da maior parte do fundo, dividido de acordo com os votos para a Câmara dos Deputados. O partido só receberá a fatia mínima, oriunda da divisão dos 5% do bolo, distribuídos igualitariamente por todas as siglas (cerca de R$ 40 mil mensais).
O fundo é composto majoritariamente de recursos da União e multas eleitorais. O PT, o partido mais votado para a Câmara, receberá R$ 3,6 milhões mensais. O DEM, que Kassab e Afif deixam, R$ 1,5 milhão por mês.
Para reverter a falta de caixa, a ideia é apressar na Justiça Eleitoral a formação da figura jurídica do partido para captar doações financeiras.
Segundo aliados de Kassab, ele conta que receberá ajuda de fornecedores da prefeitura e de outras máquinas administradas por futuros filiados, como Mogi das Cruzes (SP) e Manaus (AM).
Em 2008, a campanha à reeleição de Kassab captou quase R$ 30 milhões, especialmente de bancos e empreiteiras que doaram a um comitê financeiro municipal.
O prefeito diz que bancou do próprio bolso a viagem a Salvador, onde fez o anúncio do lançamento do PSD, e fará o mesmo nas próximas viagens, para Goiás e Tocantins.
FIADOR
Nos bastidores, aliados dizem que o fiador financeiro do projeto é Guilherme Afif, detentor de patrimônio declarado de R$ 49,2 milhões.
O vice-governador comandou durante anos a Associação Comercial de São Paulo e a Federação das Associações Comerciais do Estado.
"Para falar a verdade, sou muito ruim nisso [captar recursos]. Tenho vergonha de pedir, é uma característica [risos]. Nesse ponto eu não sei me virar bem", diz Afif.
"O custo de composição é mais um processo voluntário de quem quer participar. Isso já aconteceu comigo no PL [hoje PR], tivemos uma participação voluntária grande."
Outra fonte de financiamento seriam deputados federais interessados em aderir ao partido com o compromisso de que chefiarão os diretórios em suas bases eleitorais.
A adesão de federais é uma das prioridades de Kassab porque a Justiça Eleitoral exige a filiação de pelo menos cinco deputados em cinco Estados para ter direito a dez minutos semestrais na TV.
Nas eleições, o TSE estima que o PDS tenha 55 segundos de TV. Essa previsão, entretanto, deve ser relativizada porque o tempo será recalculado com as coligações.
Da Folha.com
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