Diego Zanchetta - O Estado de S.Paulo
Às 23h42 de ontem, 37 dos 55 vereadores paulistanos aprovaram em segunda discussão projeto que autoriza o prefeito Gilberto Kassab (PSD) a dar reajustes de até 236% para cargos de chefia de segundo escalão da Prefeitura em 2012. Em 28 das 31 subprefeituras comandadas por coronéis da reserva da PM, que já recebem até R$ 15 mil de aposentadoria, subprefeitos vão receber salário de até R$ 35 mil mensais - o teto constitucional para o funcionalismo na capital é de R$ 24.117,62 mil, estabelecido em decreto de abril.
Com previsão de impacto de R$ 19,4 milhões nos cofres públicos em 2012, o aumento também triplica o salário de 28 secretários adjuntos e 59 chefes de gabinete de secretarias e subprefeituras, além de superintendentes de autarquias e fundações.
O salário do subprefeito vai saltar de R$ 6.573,27 para R$ 19.294,10. Hoje, um chefe de gabinete recebe salário de R$ 5.455,98 - o vencimento agora subirá para R$ 17.364,69, reajuste de 218,27%.
Secretários adjuntos, que ganham R$ 5.455,98, passarão a receber R$ 18.329,39, o equivalente a 235,9% de aumento. Para os cargos de superintendente de autarquia e presidentes de fundações - como do Serviço Funerário Municipal e do Hospital do Servidor Público -, que recebem hoje R$ 5.998,99, o holerite passará a ser de R$ 18.329,39, ou seja, 205,54% mais do que o valor atual.
Profissionais. Com a autorização concedida ontem à noite pela Câmara, Kassab ainda vai pagar salários entre R$ 17.364,19 e R$ 19.294,10 para cargos de chefia que são comissionados, ou indicados sem concurso público. O valor será recebido pelos servidores a partir de janeiro.
O prefeito argumenta que os salários da administração precisam ser atrativos para possibilitar contratação de profissionais qualificados do mercado. É o maior aumento já concedido para funcionários públicos da Prefeitura nos últimos oito anos.
Ligação. Por volta das 19h30, Kassab ligou para seus líderes - começando pelo do governo, Roberto Trípoli (PV) - e exigiu a aprovação imediata da proposta de aumentos, sem nenhuma modificação. Foi obedecido - houve só 11 votos contrários. Quatro projetos substitutivos que tentavam vincular o salário dos subprefeitos aos R$ 11,2 mil recebidos pelos vereadores acabaram derrotados.
Até o início da noite, não havia acordo para a votação de projetos como o que prevê a construção do Piritubão, mas a votação do aumento mobilizou toda a base governista, que permaneceu no plenário por quase quatro horas seguidas. Houve mobilização sobretudo para impedir a obstrução da pauta feita pelos vereadores de oposição Aurélio Miguel (PR), Adilson Amadeu (PTB) e Antonio Donato (PT).
Fonte: ESTADÃO.COM.BR
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