domingo, 29 de setembro de 2013

São Paulo, o cemitério mais cobiçado pelos políticos brasileiros

'São Paulo é um cemitério de políticos', com esta frase o prefeito Haddad encerrou sua participação no programa Discuta São Paulo realizado pela Rádio CBN. Tentando justificar a frase disse que a cidade enterra políticos pois é difícil de administrar. Ele também afirmou que é um erro achar que ela pode servir como trampolim de cargos.

Horácio Figueira -Especialista e Mobilidade Urbana-, Fernando Abrucio -Comentarista-, Fabíola Cidral -Âncora-, Fernando Haddad -Prefeito- e Gilberto Dimenstein -Comentarista-
Desde sua eleição, ficou claro que os eleitores votaram em marketing e acabaram elegendo um poste. Explico, Fernando Haddad - PT, até então desconhecido do eleitor paulistano -ex-Ministro da Educação do governo Lula- era mais conhecido pelos problemas em sua gestão no ministério do que por algo positivo em sua pasta. Lançado candidato a prefeito por seu padrinho político, sequer conhecia a cidade e seu primeiro desafio foi conhecer as bases eleitorais daqueles que o apoiavam; sendo inclusive considerado pelo ex-presidente em entrevistas como seu segundo poste que ajudaria iluminar São Paulo e, claro que o primeiro já estava plantado em Brasília -a presidente Dilma-.

Promovido por uma forte campanha de marketing, cheia de ideias de ultima hora, sem estudos prévios ou viabilidade de execução em caso de uma possível eleição. O marketing e seu padrinho político venceram e o até então desconhecido passaria a administrar a cidade.

Estamos praticamente em outubro, nove meses depois da posse, e a impressão que passa é que o prefeito continua em campanha eleitoral -cheio de discursos e promessas-. Talvez mal informado, ou assessorado, parece que esta administrando a cidade das maravilhas. Foi a impressão que me passou durante a entrevista de ontem a Rádio CBN, que apresento aqui alguns contrapontos na minha opinião, baseado na região que moro na zona norte da capital, mais precisamente na Cachoeirinha. Sei que a cidade toda está em estado de calamidade, mas vou me ater a meu bairro, onde posso comprovar o que escrevo aqui.

TRANSPORTE PÚBLICO
Questionado se usa transporte público, a pergunta mais enviada a CBN pela população, respondeu que por problemas de segurança não pode usar. Sua mãe, com 75 anos de idade, após ter seu carro roubado foi aconselhada a usar o transporte público; segundo o prefeito ela usou e aprovou. O que não ficou claro foi o itinerário que a passageira ilustre utilizou, com certeza deve ter sido na região nobre da cidade onde mora (Paraíso) e desceu pela porta dianteira, o que é perfeitamente normal pelo fato de tratar-se de uma pessoa idosa e amparada pela lei. O que tira a possibilidade de comparação com o usuário comum de transporte, aquele que usa nos horários de pico para ir e voltar do trabalho.

A discussão girou em torno de faixas exclusivas e o tráfego de táxis pelos corredores, não foi tocado no assunto transporte nas regiões mais periféricas da cidade onde estão os problemas mais graves com superlotação e o número reduzido de ônibus. Onde micro-ônibus andam superlotados, colocando a vida de passageiros em risco, ultrapassando semáforos fechados e disputando passageiros pelos pontos do bairro. Enfim, a mãe dele aprovou o transporte, quem sou eu para discordar.

MEIO AMBIENTE
Questionado por um grupo de manifestantes em prol da criação do parque Augusta, o prefeito foi incisivo e deixou claro que todos os problemas ambientais estão sendo resolvidos com a criação de faixas exclusivas para ônibus, o que é lamentável! Apenas a titulo de registro, aqui na região da Vila Brasilândia existe um terreno onde seria criado um Parque Municipal. A área foi totalmente invadida por moradores sem teto  e a administração está abandonando a ideia sob a alegação de que fica mais cara a remoção dos invasores do que a adequação do terreno a finalidade inicial, ou seja, a criação de um parque onde preservaria várias especies nativas da mata atlântica, nascentes e inúmeros animais que ali vivem -ou deveriam estar vivendo-.

LEI CIDADE LIMPA E OPERAÇÃO DELEGADA
O prefeito afirma não ter simpatia pelo que vem sendo aprovado na Câmara Municipal, já aprovado em 1ª discussão Projeto de Lei que traz de volta a publicidade em ônibus e taxi, o que não significa que seja vetada porque o projeto vem de um vereador de peso em sua base aliada. Na sua opinião a Lei Cidade Limpa trata-se de uma "pseudo industria de multas" produzindo um numero absurdo de multas -causados por excesso de má fiscalização- sem cobranças, segundo ele, menos de 10% das multas foram pagas e que mais de 50% dos casos tratam-se de multas erradas e questionadas na justiça.

O fato é que a paisagem da cidade mudou e com certeza com aprovação do cidadão que paga seus impostos.

Veja hoje como anda a fiscalização hoje:

Cobal Supermercados, na Av. Inajar de Souza, 5646 - Vila Nova Cachoeirinha
Banner's como este estão espalhados por toda a região da Cachoeirinha, os camelôs também estão de volta
Quanto a Lei Delegada, o prefeito nega que camelôs e o comércio irregular estão de volta na cidade. Aqui vale um registro, na Avenida Inajar de Souza na Vila Nova Cachoeirinha existia um feira do rolo que foi retirada pela gestão anterior. Por falta de fiscalização a feira está de volta e cresce a cada final de semana, junto com ela aumentam os furtos e roubos na região, dificuldade de trânsito de pedestres pelas calçadas e veículos pela via causando congestionamento, sem contar a proliferação de flanelinhas pelo local. Isto está na vista, em plena avenida, sem necessidade de denuncia ou exposição do cidadão. Basta um pouco de boa vontade de trabalhar e seriedade na administração pública.

SAÚDE
Este tópico resumiu-se apenas a alguns comentários por ocasião da discussão em torno da volta da cracolândia, que o prefeito também desconhece e alega que não existem  mini-cracolândias esparramadas pela cidade. Como prova tenho uma na porta da minha casa.

Muita coisa precisa ser mudada em termos de saúde pública, o verdadeiro estelionato eleitoral retirado das mangas de seus marqueteiros na reta final da eleição e ficou por aí.

FINALIZANDO
Duas horas de discussão é muito pouco para abordar todos os assuntos pertinentes a péssima administração do prefeito.

Considero de suma importância a disposição da Rádio CBN em promover um encontro como este, só assim a gente pode olhar nos olhos do prefeito antes de tirar nossas conclusões.

Não votei no prefeito e jamais votaria em um produto de marketing, ainda mais vindo de onde veio. Mas já que não tem jeito, vou acompanhar sua administração e continuar cobrando como sempre fiz na região em que moro. Se cada pessoa insatisfeita fizer o mesmo e raciocinar um pouco na hora de colocar seu voto na urna nas próximas eleições, com certeza os problemas como esse tendem a diminuir.

Votou em poste... agora aguenta!

Como diria um amigo meu... "E tenho dito!"

Ouça a entrevista completa:


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