AE - Agência Estado
Após ser derrotado na eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de São Paulo, em dezembro, o Centrão, bloco pluripartidário que comandou a Casa e foi o fiel da balança nas votações nos últimos seis anos, pode encolher pela metade. Sem o protagonismo nas decisões e com o poder de influência reduzido, o grupo tenta impedir dissidências para garantir sobrevida.
O bloco se reúne esta semana pela segunda vez para discutir seu futuro sem o controle da Casa. Desde a eleição da Mesa, na qual o candidato do Centrão, Milton Leite (DEM), foi derrotado pelo então líder da administração Kassab na Casa, José Police Neto (PSDB), o grupo que já teve 17 vereadores perdeu seis integrantes e virou a segunda "bancada" do Legislativo, ao lado do PT.
O responsável pela implosão do bloco é o próprio prefeito. Foi a partir da articulação feita por Kassab junto a líderes partidários que a debandada começou com três vereadores ainda às vésperas da eleição. A principal baixa foi Antonio Goulart (PMDB), que se aliou ao grupo kassabista na disputa, seguindo orientação da legenda, e se elegeu primeiro vice-presidente, para a ira do Centrão.
Milimetricamente calculada, a costura garantiu a vitória do presidente Police Neto por 30 votos a 25, mas não assegurava maioria ao prefeito nas principais comissões da Casa, como a de Finanças e Orçamento e a de Constituição e Justiça (CCJ). Kassab, então, iniciou conversas reservadas com vereadores do Centrão, oferecendo espaço no governo em troca de apoio. As informações são do Jornal da Tarde.
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