EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Nos últimos dois anos, os subprefeitos tinham uma missão diária: percorrer, com suas equipes, cinco quilômetros de ruas em suas áreas, anotar problemas, como árvore caída e boca de lobo entupida, e mandar resolvê-los.
Era norma oficial, com portaria publicada no "Diário Oficial" da cidade e tudo.
Para comprovar o cumprimento da regra, eles tinham de publicar no site da subprefeitura relatórios semanais sobre as ruas percorridas, os problemas encontrados e as soluções adotadas.
"Essa rigidez da norma fixa e burocrática lembra a disciplina militar", diz Fernando Azevedo, cientista político ligado à UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).
Não é à toa: na maior parte dos últimos dois anos, 30 dos 31 subprefeitos paulistanos eram coronéis aposentados da Polícia Militar.
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Uma das primeiras medidas de Fernando Haddad (PT) na prefeitura foi exonerar os militares. Ontem, foi-se embora o último resquício deles: subprefeitos não precisam mais percorrer os cinco quilômetros diários.
Portaria do secretário das Subprefeituras, Chico Macena, revogou o ato. Segundo a prefeitura, não há necessidade de regulamentar atividades de vistoria porque isso já faz parte da atribuições do subprefeito. E eles continuam obrigados a fazer vistorias e dar publicidade a isso.
Azevedo diz que a revogação da portaria não acarreta prejuízo à cidade, mas é preciso acompanhar as subprefeituras para saber se os problemas serão resolvidos. Para ele, a promessa de Haddad de dar mais autonomia às subprefeituras é positiva.
Matéria publicada originalmente na Folha de S.Paulo
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