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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Kassab tem parados em caixa R$ 6,9 bi

Aumento de 14% na arrecadação de IPTU explica parte do superávit; vereadores acusam governo de concentrar recursos para ano eleitoral
Diego Zanchetta e Rodrigo Burgarelli - O Estado de S. Paulo
O caixa da Prefeitura de São Paulo nunca teve tanto dinheiro. Em audiência ontem na Câmara, o secretário de Finanças, Mauro Ricardo Costa, revelou que o superávit do governo alcançou o valor recorde de R$ 6,9 bilhões. É quase o orçamento anual de uma cidade como Belo Horizonte - de R$ 7,5 bilhões. O valor chega perto dos R$ 8,5 bilhões que o prefeito Gilberto Kassab (sem partido) reservou para investimentos em todo o ano de 2011.
Leonardo Soares/AE
Leonardo Soares/AE
Com verba extra, governo planeja rever contratos e implementar coleta aos domingos
O aumento médio de 14% na arrecadação do IPTU entre o primeiro quadrimestre deste ano e o de 2010 explica parte do superávit. O tributo teve acréscimo de até 45% para residências e até 60% para comerciantes em 2010. O dinheiro no caixa da Prefeitura mais que dobrou em oito meses, entre agosto do ano passado, quando o acúmulo atingia R$ 2,8 bilhões, e abril deste ano, com a marca de R$ 6,9 bilhões. A maior parte desse montante foi acumulada neste ano - nos primeiros quatro meses de 2011, a diferença entre o arrecadado e o liquidado chega a R$ 4 bilhões.
Vereadores da Comissão de Finanças do Legislativo acusam o governo de não gastar o dinheiro agora para concentrar os investimentos em 2012 - ano eleitoral, quando Kassab vai tentar fazer seu sucessor pelo partido que tenta fundar, o PSD. "Não tem cabimento faltar dinheiro em todas as subprefeituras para obras de zeladoria, como corte de mato e limpeza dos córregos, enquanto no caixa tem um dinheiro jamais acumulado na história da Prefeitura", acusa Milton Leite (DEM), relator do orçamento municipal na Câmara nos últimos três anos.
Na administração pública, é normal que se acumule dinheiro no início do ano. É nessa época que a Prefeitura recebe boa parte das receitas previstas de impostos - como os repasses estaduais de IPVA e do IPTU pago à vista - para pagar outras despesas que têm de ser feitas depois, como o pagamento do 13.º salário dos funcionários.
Em 2011, entretanto, a reserva de dinheiro em caixa também é porcentualmente maior do que nos últimos dois anos da atual gestão. Os R$ 6,9 bilhões acumulados até abril representam 19,4% dos R$ 35,6 bilhões orçados para este ano. Em 2009 e 2010, o valor acumulado nos primeiros quatro meses representou menos de 13% do total previsto para ser gasto em cada ano.
O montante que o prefeito mantém no caixa inclui R$ 2,7 bilhões em recursos com gastos já demarcados - R$ 1,4 bilhão que devem ser aplicados nas áreas das Operações Urbanas Faria Lima, Água Espraiada e Água Branca e R$ 1,3 bilhão de restos a pagar. Os outros R$ 4,2 bilhões do caixa são suficientes, por exemplo, para o prefeito construir os três hospitais prometidos em sua campanha da reeleição em 2008, segundo acusam os vereadores. Hoje essa construção depende de Parceria Público-privada (PPP) lançada há seis meses, mas cujo edital para licitação ainda não foi publicado.
Obras. O caixa alto, segundo integrantes do governo ouvidos pela reportagem, vai ser usado a partir do segundo semestre em obras fundamentais para a atual gestão, como a revitalização da cracolândia (Nova Luz) e a construção de um novo túnel entre a Avenida Jornalista Roberto Marinho, na zona sul, e a Rodovia dos Imigrantes. O governo também quer reformar os contratos de limpeza urbana para implementar a coleta do lixo aos domingos e a limpeza dos bueiros.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Kassab confirma aumento de tarifa de ônibus para R$ 3 em SP

Passagem será reajustada a partir da 0h do dia 5 de janeiro


Solange Spigliatti, do estadão.com.br


O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, confirmou na manhã desta terça-feira, 28, o aumento do bilhete de ônibus na cidade. A informação foi dada durante uma vistoria às obras de limpeza do Córrego Aricanduva, na zona leste da capital paulista.
Segundo o prefeito, a tarifa de ônibus subirá para R$ 3 a partir da 0h do dia 5 de janeiro. Atualmente, o valor da viagem é R$ 2,70.
No último dia 16, Kassab justificou o reajuste com base em um levantamento da Secretaria Municipal de Transportes, que indicou o novo valor. Agora, ele precisa comunicar o reajuste à Câmara Municipal três dias úteis antes de a tarifa entrar em vigor.
Em novembro, o prefeito havia transferido mais R$ 60 milhões em subsídios aos empresários do transporte coletivo. O montante pago em compensações tarifárias que custeiam as gratuidades de idosos e estudantes já chega a R$ 600 milhões no ano. Em janeiro, porém, quando a passagem saltou de R$ 2,30 para R$ 2,70 após três anos congelada, Kassab afirmou que reduziria para R$ 360 milhões os subsídios, cujo pico de pagamentos, em 2009, atingiu R$ 780 milhões.
Do ESTADÃO.COM.BR

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Antes degradada, região do Baixo Augusta vira alvo de construtoras

Nos próximos dois anos, eixo entre as Ruas Augusta e Frei Caneca vai receber 2,5 mil moradores; procura justifica m² a R$ 6 mil

Rodrigo Brancatelli e Paulo Saldaña - O Estado de S. Paulo

Até há pouco tempo símbolo da degradação urbana do centro de São Paulo, a região conhecida como Baixo Augusta virou o novo alvo do mercado imobiliário. São oito prédios residenciais em construção em um raio de 1,5 km entre as Ruas Bela Cintra, Manuel Dutra e Álvaro de Carvalho. O processo vai levar à região, ao longo dos próximos dois anos, mais de 2,5 mil moradores - número 450% maior do que nos sete anos anteriores.

Esse boom imobiliário na região é motivado em grande parte pelo rejuvenescimento desencadeado por quem agora ocupa suas calçadas toda noite. Nas Ruas Augusta e Frei Caneca, o democrático vaivém de baladeiros, cinéfilos, metaleiros, emos e estudantes de moda já ganhou a companhia do movimento frenético de caminhões, sacos de areia e betoneiras.

Com o aumento no número de restaurantes, cafés, bares e lojas no Baixo Augusta, os lançamentos vêm atender a uma demanda reprimida de pessoas que agora querem morar no centro. Uma tendência inédita desde o ápice do abandono do centro paulistano, na década de 1990. Para efeito de comparação, houve apenas um lançamento nesse perímetro nos últimos três anos.

Além de se inverter, essa tendência de ocupação da região é forte. Segundo levantamento exclusivo da Lopes Inteligência de Mercado, de todas as unidades lançadas na Bela Vista apenas 4,3% ainda estão disponíveis para a venda. Trata-se de um índice de sucesso de vendas sem comparação na cidade - até mesmo se comparado com outra áreas supervalorizadas e procuradas, como os Jardins e Higienópolis.

Liquidez. Ainda em fase de acabamento, as três enormes torres da construtora Trisul na Rua Frei Caneca estão praticamente liquidadas. Só há uma unidade à venda - as outras 323 foram comercializadas, e quase metade somente no lançamento, em 2008.

No fim do ano passado, um prédio da construtora Requadra na Rua Paim, travessa da Frei Caneca, teve absolutamente todas as 256 unidades vendidas em duas horas - o equivalente a dois apartamentos negociados a cada minuto. "A procura é enorme. Muita gente que demorava muito para chegar ao trabalho quer agora morar no centro, em uma região que tem tudo por perto", explica o administrador de carteira da empresa, Jackson Batista da Silva.

A Requadra já tem outro lançamento em um terreno vizinho, com 250 unidades. No próximo ano, lança mais uma torre na Rua Paim. "Os prédios vão ocupar áreas que antes eram um amontoado de cortiços. Vai valorizar muito", afirma Silva.

Em breve, o mesmo endereço ainda recebe um quarto empreendimento, da incorporadora AAM. A empresa já comprou uma série de imóveis na rua - em sua maioria, casas antigas e pequenos cortiços.

Preços. Essa forte procura por apartamentos na região já provoca uma valorização que se aproxima à das áreas mais nobres da cidade. Os novos empreendimentos que estão sendo erguidos por ali têm o preço do metro quadrado entre R$ 5,3 mil e R$ 6 mil, segundo a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp). "Isso é o equivalente a bairros como a Vila Madalena, Brooklin e até Moema", diz Luiz Paulo Pompeia, diretor de estudos especiais da Embraesp.

A onda de valorização também alcança imóveis mais antigos. Um apartamento de dois dormitórios, que em 2005 custava R$ 150 mil, hoje vale mais que o dobro, cerca de R$ 350 mil. A expectativa do mercado agora é que esse fenômeno comece a se irradiar para o centro mais antigo, revitalizando assim ruas e prédios que estão praticamente abandonados na região.

Do: Estadão.com.br

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